Acessórios têm forte apelo para o público-alvo e o setor não deixa de crescer, impulsionado pelas revendas e pelo digital
O mercado de joias no Brasil deve registrar uma taxa de crescimento anual composta de 1,79% entre 2016 e 2026, de acordo com a consultoria de pesquisa de mercado Mordor Intelligence.
Cada vez mais players estão apostando em produtos como colares, brincos, pulseiras e anéis. No segmento que mais cresce, o de semijoias, os fabricantes devem oferecer um número cada vez maior de opções para driblar a situação econômica do país.
Para adaptar a oferta aos novos tempos, não basta acompanhar as últimas tendências de moda. A inflação e a desvalorização cambial são desafios constantes, uma vez que o preço das gemas e dos metais aumentaram.
Outra mudança é o comportamento do consumidor, que está cada vez mais preocupado com a qualidade do material. As soluções encontradas pelos principais vendedores de semijoias para ganhar a confiança do cliente são a apresentação de designs inovadores, a personalização das peças, curadoria individualizada e opções de teste em casa.
Para dar vazão às novidades, os principais players estão investindo no desenvolvimento de uma forte rede de distribuição, com revendedores presentes nos rincões do país, e na experiência omnichannel, uma vez que os consumidores estão se tornando extremamente confortáveis para fazer compras online.
O papel dos revendedores
A revenda de semijoias direto da fábrica é encarada como oportunidade de renda extra e independência financeira que tem atraído novos revendedores – contingente formado em sua maioria por mulheres – durante a crise econômica na pandemia do novo coronavírus.
Para o fabricante, o trabalho realizado por essas mulheres, seja no formato tradicional porta a porta, pelo WhatsApp ou redes sociais, é a venda consultiva, uma estratégia que dá resultados superiores.
Por meio da relação construída com o cliente, a revendedora (também chamada do consultora) soluciona o problema do consumidor, ajudando-o a comprar bem com experiência personalizada de compra e com alto nível de satisfação, o que favorece a fidelização.
Essa venda por relacionamento já não é a mais relevante nas áreas metropolitanas, mas faz muita diferença em regiões afastadas dos grandes centros urbanos.
Para as revendedoras, o modelo também é atrativo. A compra dos itens para revenda é feita de forma consignada, sem investimento inicial para criar o próprio estoque. As comissões podem chegar a 40% da venda da mercadoria e, caso as peças não sejam comercializadas, é possível devolvê-las gratuitamente.
Mais vendas online
Ainda de acordo com o relatório da consultoria Mordor Intelligence, o varejo online de joias e semijoias é o canal de vendas que mais cresce. Em 2016, essa participação era de 2,5%, e não parou de aumentar desde então.
Existem diversas opções para oferecer uma experiência omnicanal ao consumidor. O e-commerce, os apps e as redes sociais são os mais lembrados, e o WhatsApp tem se revelado um grande aliado principalmente para as consultoras.
Outra forma de lucrar com a revenda de semijoias na Internet é por meio de programas de afiliados. Com eles, ocorre a divulgação de ofertas, cupons, banners e link das empresas em sites e perfis nas redes sociais. O usuário recebe 5% do faturamento total das vendas realizadas por meio deste programa.
As inúmeras tecnologias criam possibilidade de obter acesso a mais informações, detalhes e inspirações de forma rápida, sem esforço e bastante compartilhável, o que é essencial para amplificar a marca.
Além disso, vale lembrar que, mesmo para as compras realizadas no varejo físico, a jornada começa online. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil afirma que 97% dos consumidores brasileiros buscam informações na Internet antes de consolidar a compra offline.
Recepção do público-alvo
A uma grande vantagem na revenda de semijoias: há um valor simbólico e emocional muito forte no produto. Por essa razão, mesmo em meio à crise econômica, o sucesso é atemporal.
Grande parte dos clientes são mulheres que procuram por peças únicas, de qualidade e que tenham um preço acessível. Materiais como titânio, paládio e aço inox são os mais adequados para atender o público-alvo.
Elas também estão de olho e se inspiram nas principais tendências de moda, o que demanda a renovação das peças. Para a temporada primavera-verão 2022, os acessórios em tamanhos grandes, com mix de materiais e banhos (ouro, prata, rosé) e cristais e pedras coloridas estão em alta.
A confecção de joias masculinas também se destaca e aquece o setor. Mais homens estão procurando joias para uso próprio, principalmente peças feitas a partir de aço inox e couro.