O COLAR DE MARIA ANTONIETTA: CONHEÇA SEU VERDADEIRO ROUBO

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O caso do colar envolveu involuntariamente a rainha Maria Antonietta e danificou sua reputação às vésperas da Revolução Francesa.

Foi o próprio Napoleão Bonaparte quem proferiu, uma vez, que as chamas da Revolução Francesa foram insufladas por desastres domésticos que envolveram membros da corte.

Neste artigo vamos contar sobre uma chama vital para o incêndio que se fez na corte daquela época. Um caso que conta com uma plebéia, um cardeal da Igreja, um membro da família real, e o mais deslumbrante colar de diamantes de toda a Europa.

colar mariaantoineta

Essa chama, ou melhor trama, ficou conhecida como L’affair Du Collier – o caso do colar. Ela acabou sendo a brasa que fomentou a explosão de um vulcão de acusações contra a então rainha consorte da França e Navarra, Maria Antonieta.

Graças a essa história, e tudo o que envolve seu desenrolar, a rainha consorte se viu com a reputação arruinada, o que acabou por desacreditá-la de forma quase irreparável perante os súditos.

Ficou curioso? Continue com a gente nessa viagem no tempo!

A HISTÓRIA NO CINEMA

Tema de diversas produções cinematográficas, esse escândalo até hoje consegue envolver o espectador com uma áurea de difamação e curiosidade pertinente ao comportamento dos homens.

A pergunta é: como uma joia poderia causar tanto alvoroço na corte e na população de forma tão firme? Apesar das tentativas, são inúmeras as possibilidades, o que faz com que essa pergunta não tenha uma resposta definitiva.

A grande questão é que nunca houve explicação da monarquia para o golpe – como foi considerado o fato. Foi ele quem contribuiu para a derrocada do sistema em 1792, acabando por castigar a figura da Rainha da França.

O QUE SE SABE DO ESCÂNDALO

Até então, tudo o que se conhece sobre essa intriga é o que alegou o cardeal de Rohan alegou na instrução do processo. Ao que tudo indica, Rohan teria se apaixonado por Maria Antonieta.

E então entram dois personagens primordiais: a condessa Jeanne de Valois de La Motte e o conde de Cagliostro. Eles foram as peças chave que teriam convencido o cardeal a tentar ser visto com bons olhos pela rainha.

A grande questão era que Rohan não era bem quisto por Maria Antonieta desde que sua mãe, a imperatriz Maria Teresa de Áustria, noticiou em Versalhes sobre os gastos que o cardeal fazia.

Foi a própria rainha que interviu para que Rohan fosse demitido da embaixada, mas isso não impediu o cardeal de acreditar que sua paixão poderia ser correspondida. É aqui que nossa história começa a ficar conflituosa.

Tudo começou quando o amante da condessa, Rétaux de Villette, forjou cartas assinadas pela rainha e endereçadas ao cardeal. Este foi a um encontro no bosque com Nicole d’Oliva, uma prostituta que se assemelhava à rainha.

Entre conversas e enganos, o cardeal julgou ser a rainha e lhe emprestou 150 mil libras. Depois, porém, a mulher voltou a lhe pedir empréstimos e outros favores. Ele deveria servir de intermediário entre ela e os joalheiros Boehmer e Bossange.

Aqui, o que se sabe é que Nicole queria comprar um colar de diamantes no valor de 1,5 milhão de libras, o qual ela desejava ter, mas em segredo, para não alarmar o rei.

O escândalo começou de forma muito sutil, os joalheiros foram contactados para que entregassem o colar a Jeanne. E de Jeanne, o colar iria para a rainha. Rohan, então, aceitou servir de intermediário na transação.

Foi ele quem chegou com o colar em mãos para a condessa de La Motte. A mulher, então, foi a responsável, junto com seu marido, pela venda do colar em Londres.

O desenrolar do escândalo seguiu quando a fatura dos joalheiros chegou ao palácio real. Tudo foi descoberto, e o rei Luís XVI mandou prender o cardeal Rohan, Cagliostro, a condessa e seus cúmplices.

PROCESSO CRIMINAL E CONSEQUÊNCIAS LEGAIS

A partir do escândalo, o rei e a rainha exigiram um processo público. Historiadores ao longo do tempo sugerem que a história toda se tratava de pôr fim a rumores que faziam de Jeanne amante da rainha.

Porém, como o cardeal conhecia bem a corte, não deixou de notar que a rainha ignorava Jeanne de La Motte em público. Como pôde acreditar que Maria Antonieta havia encarregado a condessa de negociar a compra do colar?

Dessa forma, era possível que ele tivesse sido convencido de que elas teriam um relacionamento em segredo. E, foi por trás desses rumores que Jeanne teria persuadido as vítimas da suposta fraude.

O que fomentou e tornou essa hipótese muito mais crível foi o fato de que houve um grande intervalo ocorrido antes da consumação do casamento real. E essa informação já havia sido vazada.

A partir de todas essas informações, o que se sabe é que a instrução do processo foi longa e escandalosa. Os inimigos da rainha na corte aproveitaram para depreciar e humilhar a rainha.

Como o cardeal de Rohan pertencia a uma família de muita influência, a própria Sorbonne tomou posição pelo seu Prior e o cardeal Rohan acabou sendo libertado. Consideraram tudo como parte da ingenuidade do homem.

Ao saber da soltura de Rohan, o rei Luís XVI enviou o cardeal para o exílio; Rétaux de Villette e Cagliostro foram declarados culpados por falsificação e condenados ao exílio.

A Condessa, por sua vez, foi declarada culpada e condenada – ela deveria ser chicoteada e marcada a ferro em brasa com um “V” de “Voleur”, que significa ladrão.

No entanto, quando sua pena deveria ser cumprida, o carrasco lhe aplicou o ferro no peito, por erros de movimentação da própria Condessa. Com isso, a mulher provocou tamanha compaixão pública.

Fruto dessa compaixão, houve a mudança de sua condenação. Ao invés de chicotes, a Condessa foi enviada à prisão perpétua no “La Salpêtrière”. Porém, ela conseguiu realizar uma grande fuga.

REPERCUSSÃO E DESTINO DOS ENVOLVIDOS NO ESCÂNDALO

Culpados e condenações à parte, as injúrias ferviam contra a rainha, com panfletos e rebeliões. Enquanto o caso correu seus trâmites, o governo francês paralisou, precisamente quando o Estado se debatia com uma grave crise financeira.

O cardeal sobreviveu à Revolução e viveu o resto de sua vida no exílio. Rétaux de la Villette terminou igualmente sua vida no exílio na Itália. Nicole d’Oliva voltou para o anonimato e estimam que morreu em 1789, aos 28 anos.

Cagliostro, por sua vez, foi preso durante a Inquisição Italiana e morreu na prisão da Fortaleza na cidade de San Leo. A Condessa Jeanne de la Motte morreu em Londres após uma queda da janela de seu quarto.

Além de toda a ruína e derrocada de sua reputação, em 1793, a rainha Maria Antonieta, em meio à Revolução Francesa, foi levada à guilhotina, assim como seu marido.

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